A chuva atravessa a cidade num sussurro, envolta em fumo e acompanhada por uma banda sonora metálica.
Os transeuntes embarcam numa corrida sincronizada para escapar à inevitabilidade e amontoam-se nos semáforos amarelos e vermelhos, pausa regulamentar.
No entanto, a cidade cinzenta cobre-se agora de ceptros em tons de amarelo, vermelho e rosa. Alguns transportam marcos lilases e laranjas. Outros um mero jornal e um olhar indiferente.
Eu transporto comigo o mais pleno dos sorrisos e, não obstante as gabardines cinzentas que me rodeiam , a minha cara ganha cor e ilumina o cenário que se desenha quando te encontro, luminosa e honorífica.
E de uma vista aérea os nossos corpos confundem-se e alimentam a cidade chuvosa que nos teima em pôr à prova. A cidade ganha vida neste dia que não é mais que uma desculpa para celebrar o meu amor. O teu amor.
E a chuva continua a cair na cidade viva de luzes e sons intermitentes.
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