terça-feira, junho 10, 2008

Mister Lonely


Paris.

Um sósia de Michael Jackson, que ganha a vida a fazer espectáculos de rua e a animar casas de repouso, conhece acidentalmente uma sósia de Marilyn Monroe.
Marilyn desafia Michael a partir com ela para uma comunidade de imitadores/sósias situada algures na Escócia, onde poderá partilhar os seus dias com um Charlie Chaplin, um Abe Lincoln, um James Dean, uma Madonna, entre outros.

Michael decide ir...e nada será como dantes.




Brilhante exercício de Harmony Korine sobre a identidade individual e colectiva nos dias que correm.

Michael e Marilyn escondem-se atrás das personas dos respectivos ídolos e respondem apenas pelos nomes destes. Talvez se formos reconhecidos como uma celebridade, tudo se torne mais acessível, glamoroso e fácil. Talvez nos sintamos, finalmente, aceites.
No entanto, Michael e Marilyn vão perceber que não podemos fugir eternamente ao que somos..mesmo que não saibamos bem como nos vemos no espelho que reflecte a nossa essência.

A nossa era produz seres completamente desenraizados culturalmente, cujas referências são compradas no pay-per-view norte-americano, ao sabor da apatia e do conformismo consumista.

Que barreiras temos de derrubar, intrínseca e extrínsecamente, para nos sentirmos aceites?
O filme coloca esta pergunta e muitas mais mas é parco em fornecer respostas. A única que ressalta à vista do espectador é a de que ninguém pode escapar à sua natureza, ainda que com ajuda divina tal não passa de uma ilusão temporária.

Filme obrigatório.

1 comentário:

ATG disse...

Já uma vez me falaste sobre este filme. Vou ver se o arranjo para o ver. Pelo que me disseste e pelo que aqui anuncias, parece ser mesmo muito bom.