quinta-feira, junho 26, 2008

Carta a uma amiga distante...

Há tanto tempo que não te escrevo. Foi necessário sair da rotina do meu quotidiano, que por vezes me sufoca, para te escrever...

Estou neste momento a fazer o roteiro das aldeias históricas de Portugal, as quais se situam maioritariamente na Beira e Norte do País. É óptimo percorrer as suas ruas despidas de modernidade, as gentes puras na sua vivência que se mantém há dezenas de anos, o cheiro que pensava já não existir...


Nesta viagem, fui também visitar a aldeia onde os meus avós maternos viveram durante vários anos e onde viram nascer os quatro primeiros filhos. É incrível a pequenina casa que os albergava a todos, os pequeninos quartos e camas que davam guarida do frio a tantos, de uma só vez.


Ao entrar naquela casa, vi lá personificada o espírito da minha avó - uma mulher de luta, que não desistia perante qualquer adversidade, uma mulher que amava os filhos com todas as suas forças. É admirável ver os sacríficios de outrora e compará-los com as lamurias de hoje...

Nunca pensei que sentisse alguma coisa ao ir lá, já que o veículo condutor de emoções a algo que nunca estive ligado só poderia ser a minha avó e ela, infelizmente, já não se encontra entre nós...Mas as raízes sentem-se. Para além das barreiras que o tempo e a vida nos impõem.


Hoje acordei assim, nostálgico e a querer partilhar este pensamento contigo.

1 comentário:

Unknown disse...

Gosto de ti!